sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O Pesadelo - A Paralisia do Sono (The Nightmare)

"O Pesadelo - A Paralisia do Sono" (2015) dirigido por Rodney Ascher (O Labirinto de Kubrick - 2012) é um documentário que explora a desagradável experiência chamada "paralisia do sono", é um terreno misterioso que a ciência ainda não compreende inteiramente, portanto se faz abrangente, cheio de significados e possibilidades. É algo que pode acometer a todos, devido ao estresse do cotidiano, preocupações, ingestão de alguns tipos de medicamentos e alimentos, privação do sono, fadiga física, além disso, dormir na posição supina (barriga para cima) aumenta os riscos da paralisia do sono, segundo os pesquisadores. Para algumas isso pode ser recorrente e se torna terrivelmente doloroso dormir. Rodney Ascher concebe um filme curioso e extremamente interessante, por vezes cai no ridículo, num território surreal de suposições e embarca em depoimentos inverossímeis. Ao todo o documentário é eficaz em produzir medo, é um ótimo exemplo de como o terror pode ser provocado de diversas formas. O documentário foca em oito pessoas que sofrem de paralisia do sono, um fenômeno onde elas se encontram temporariamente incapazes de se mover, falar ou reagir a qualquer coisa enquanto estão adormecendo ou acordando. Ocasionalmente essa paralisia é acompanhada por experiências físicas ou alucinações que têm o potencial para aterrorizar o indivíduo. O diretor entrevista cada participante e, em seguida, tenta recriar as suas experiências com atores profissionais.
A paralisia do sono é quando o cérebro desperta do estado REM (movimento rápido dos olhos), fase do sono em que os sonhos são mais frequentes, o corpo é incapaz de produzir movimentos, você está consciente de si e do ambiente ao redor, mas continua sonhando, tenta abrir os olhos e gritar, porém sem resultados, nisso as alucinações ocorrem, geralmente relacionadas a imagens malignas. Dura pouco, alguns minutos, mas deixa uma perturbação latente na pessoa que a vivencia. É muito comum sentir uma presença ameaçadora, algo de sobrenatural, o sufocamento e pressão no peito também acontece.

O documentário não tem pretensão de ir a fundo na questão, o tom não é serio e nem explicativo, é uma abordagem ficcional, as experiências são interpretadas de acordo com as descrições, o diretor soube usar esse tema medonho e compôs um clima de suspense, as entrevistas também garantem um tom sombrio e uma inquietação, algumas são bobas, como detalhar experiências na tenra idade ou exagerar na fantasia em certos relatos.
Para quem já vivenciou a paralisia do sono se torna mais cativante, a identificação surge em muitos momentos, é incrível que certas imagens sobrenaturais sejam tão recorrentes. O que certamente impera é que diante do desconhecido somos levados à essência do desespero, ao acordar dentro do sonho percebemos uma realidade da qual não conhecemos, daí nosso imaginário entra em cena com figuras denominadas malignas.
A paralisia do sono não causa dano nenhum à saúde, a não ser a confusão e o desconforto que a sensação causa, algumas pessoas têm episódios frequentes, enquanto outras experimentam uma ou duas vezes na vida. O interessante é promover o conhecimento sobre a paralisia do sono, pois sabendo do que se trata ajudará a amenizar o medo no instante que acontecer.

O documentário serve para proporcionar ao espectador a ideia do que é sofrer desse distúrbio, mas em nenhum momento tenta esclarecer ou desmistificar, não tem nada de científico, o foco é gerar mais medo em cima desse tema ainda pouco discutido e cheio de lacunas. É uma alternativa significativa para aqueles que procuram filmes de terror e horror, é um diferencial no gênero.

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