quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Dorfpunks

Dirigido por Lars Jessen o filme é inspirado no livro homônimo do músico Rocko Schamoni, que conta sobre sua juventude e as influências do movimento punk que moldaram sua personalidade.
É o verão do ano de 1984. O jovem Malte Ahrens, conhecido como Roddy Dangerblood, mora com os pais em uma área montanhosa cercada de lagos e florestas na cidade de Schleswig-Holstein Schmalenstedt, no norte da Alemanha. Ele acabou de descobrir o punk, gênero musical que chegou com certo atraso à região. Além de ouvir punk e andar pelas florestas bebendo e conversando sobre música, envolve-se em confusões com outros garotos que vivem por ali, o que é visto com profunda desaprovação pelos seus pais. Mas quando ele conhece seu vizinho Schwaster, finalmente consegue encontrar sua própria definição de punk e, com isso, um pouco de liberdade.
Os jovens são descontrolados, revoltados, cujas ideias são revolucionárias demais para o modo de vida que vivem, eles bebem, se drogam, vivem em festas e principalmente se juntam para conversar e trocar pensamentos na floresta. E foi numa dessas conversas na floresta que surgiu a vontade de criarem uma banda punk. Designando quem tocaria o quê começaram a se inspirar nas letras e harmonias, porém a banda era muito ruim, não ensaiavam constantemente, e quando foram participar de um concurso acabaram sendo vaiados. Os meninos tinham personalidades distintas. O anarquismo, o stalinismo, a vontade de mudar o sistema e contestar as massas permeiam o filme, mesmo que de maneira superficial. O modo que faziam para que os outros percebessem as suas revoltas era por meio das roupas, atitudes agressivas e o desregramento da vida. Só que a música começou a bater forte em um dos meninos, Roddy se apaixonou pela arte de tocar, empolgado ele queria ensaiar e se tornar membro de uma banda de verdade, mas isso ia contra as regras de um dos garotos que abominava o capitalismo e o mercado consumidor. E os outros não estavam nem aí. Sozinho e desiludido encontra no vizinho antes nem percebido a chance de poder traduzir a sua própria maneira de ser punk. A cultura punk é pouco descrita, na verdade o filme trata da instabilidade juvenil, o existencialismo que os cerca numa cidade que pouco se aproveita. Mostra a vontade de mudar, de ter liberdade e viver. Ser punk é primeiro revolucionar-se por dentro e depois gritar para todos: eu sou assim mesmo, e daí? Cecil von Renner traz muito carisma ao seu personagem e pontua bem quando começa a mudança, a revolução que acontece em si mesmo. O filme é a memória de um tempo selvagem, da desilusão e da euforia da juventude, essa que tem diminuído com o passar dos anos. As pessoas não contestam, não questionam, apenas vivem em seus mundinhos confortáveis.

O punk simboliza a liberdade, o bater das asas ao dizer que algo não está certo, colocar o pensamento para fora, buscando o melhor e uma mudança drástica. A trilha sonora marca de maneira fantástica a história, principalmente quando Roddy se deslumbra com as dicas musicais do dono de um bar. 
A contestação é a alma dos punks, a liberdade individual, a manifestação contra a hipocrisia, os privilégios, a sociedade conformista e as desigualdades sociais. Para quem tem esse espírito "Dorfpunks" é uma ótima sugestão, mesmo que o filme trate o assunto de maneira leve.

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