sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Bathory - Condessa de Sangue (Bathory)

Suspeita de torturar jovens virgens para se banhar em seu sangue, buscando a eterna juventude, a bela condessa húngara Erzsébet Bathory foi proclamada como a mais prolífica e mortal vampira da história da humanidade. Seria mesmo culpada, ou apenas vítima da elite política? Inspirada em uma famosa personagem, esta é uma história que se passa em um século de guerras e caça às bruxas, mesclando ficção e realidade, nas diversas faces de uma lenda na época medieval.
"Condessa de Sangue" (2008) é um filme razoável, que fala sobre o mito Bathory, uma mulher poderosa que obcecada pela beleza sacrificava moças virgens para banhar-se no sangue delas, estima-se que matou cerca de 650 jovens. O eslovaco Juraj Jakubisko fez um trabalho parcialmente interessante, o filme poderia ter sido mais enxuto e com menos fantasia. O conteúdo biográfico está todo lá, mas por algum motivo estranho o diretor resolveu colocar o pintor italiano Caravaggio na corte húngara e fizeram-no amante da condessa.
Erzsébet Bathory nasceu no ano de 1560 em uma família nobre, aos 15 anos casou-se com o conde Ferencz por motivos políticos. Grande guerreiro, ele ficava períodos enormes fora de casa, e então ela começou a desenvolver gostos por coisas estranhas, principalmente pelo ocultismo. Erzsébet ficou conhecida por sua beleza e crueldade. Ao longo da sua carreira sanguinária, contava com a ajuda de Ficzko, um demente que escondia os cadáveres e lhe fornecia os instrumentos de tortura. No início de 1610, começaram as primeiras investigações sobre os crimes, todavia o verdadeiro objetivo não era conseguir uma condenação, mas sim confiscar-lhe os bens e suspender o pagamento da dívida que o reino tinha com seu marido.
Erzsébet foi condenada a encarceramento perpétuo na torre de um castelo, só se livrou da pena de morte por ser nobre, título do qual quiseram tirar mas não conseguiram. Ela continuou a jurar inocência, afirmando que as moças morreram de causas naturais.
Resumo da ópera: a condessa era a mulher mais rica da Hungria e o próprio rei devia pra ela, nunca foi provado de fato seus crimes, na verdade no filme dá a entender que tudo foi plantado, pois a ambição humana era o que predominava, ainda mais depois da morte de seu marido.

Cem anos mais tarde, um padre jesuíta localizou alguns documentos originais do julgamento e recolheu histórias que circulavam entre os habitantes. Seu livro sugeria a possibilidade de Erzsébet ter-se banhado em sangue. Publicado no ano de 1720, o livro surgiu durante uma onda de interesse pelo vampirismo na Europa Oriental. Assim começou a espalhar-se o mito de que a condessa eventualmente bebia e se banhava no sangue das moças que matava.
O longa de Juraj Jakubisko causa curiosidade, Bathory é uma lenda fortíssima e mesmo que o "Condessa de Sangue" não seja eficaz em alguns momentos, nos revela o fascínio por um mito, o que há por trás, e principalmente, como surge uma lenda.
A presença do pintor Caravaggio é fantasiosa, serve mais para mostrar a obsessão da condessa pela juventude e seus arroubos amorosos na ausência do marido, além de nos gerar o interesse de ir pesquisar sobre suas pinturas logo após o término do filme.

A história segue num tom de mistério e realmente não dá para saber o que é mito ou verdade. Erzsébet pode ter sido sádica e ter matado inúmeras mulheres, as odiado por sua beleza, mas nenhum registro histórico afirma que tenha realmente matado mais de 650 moças, pois como ela era muito poderosa e influente tudo pode ter sido plantado para a tomada de suas riquezas, porém vale lembrar que o poder naquela época significava impunidade e nada acontecia aos nobres, então eis a dúvida, eis a lenda.

"Quanto menos fatos se sabem, mais ricas são as lendas."

*Outro filme que explora a lenda Bathory é "A Condessa" (2009) dirigido e protagonizado por Julie Delpy.

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