terça-feira, 25 de setembro de 2012

C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor (C.R.A.Z.Y.)

Zachary (Marc-André Gondrin) é um garoto como todos os outros. Nasceu no dia 25 de dezembro, em pleno natal, por esse motivo, sua mãe acha que ele pode ser especial, ter um dom, uma habilidade que o faça diferente. Ele cresce e as dúvidas vêm junto com a idade. Zac é mais sensível, adora rock rebelde da época e sente-se um pouco diferente, não pelo dom que possa ter, mas pelo que sente. Ele é gay e aos poucos irá perceber isso. Tem quatro irmãos, Christian (Maxime Tremblay) é o mais velho e intelectual da família, Raymond (Pierre-Luc Brillant) é o rebelde, adora comprar brigas com todos, em especial com Zac. Antoine (Alex Gravel) é o esportista, pegador, e por fim Yvan (Félix-Antoine), um gordinho comilão. Apesar do filme ter como título C.R.A.Z.Y, fazendo referência aos cinco filhos, a história se concentrará apenas em Zac e a difícil compreensão dos seus desejos. Zac e Raymond sempre se rivalizaram e estes dois causarão grandes dores de cabeça a Gervais (Michel Côté), o chefe da família, um homem extremamente machista. Zac pela sua sexualidade e Ray pelas drogas o deixam maluco.
Desde criança, o personagem apresenta traços homossexuais, para o descontentamento de seu conservador pai, que o chamava de "borboleta", mas se incomodava ao ouvir alguém chamando seu filho de "maricas". Zac cresce cheio de problemas psicológicos devido a repressão. Ele ama o pai, mas não é aceito. Zac tenta ser "normal", mas não dá. Ele tenta se arranjar com uma garota, mas o jovem lava o carro do pai com patins ouvindo disco music olhando para garotos. Com maquiagem no rosto ele é pego pela vizinhança dublando uma música, e é só com um baseado e a lamúria de "White Rabbit", de Jefferson Airplaine, que ele enfrenta as crises de culpa. Sentindo sua homossexualidade latente, Zac luta contra o desejo pelo namorado da prima. Ele chega aos anos 80 sendo cada vez mais o diferente, só mudando as referências. Sai David Bowie e entra Sex Pistols no poster do quarto. Sai calça de camurça e entra lápis no olho e jaqueta de couro. Zac chega aos 20 anos como DJ num clube, e no melhor estilo Sid Vicious ele joga vinho na cara do irmão que o chama de viado em pleno natal.
A linha do tempo de Zac é tão natural quanto a evolução da trilha. Quando a crise chega ao limite ele viaja para Jerusalém (lugar que sua mãe ama) e se joga numa boate gay. O filme mostra como a música e a cultura pop não só acompanham, mas ajudam a pautar e refletem a evolução da sociedade. A melhor designação para "C.R.A.Z.Y" é cool, ele ganha muito em tratar a homossexualidade de um jeito muito natural e leve, o timing que define as passagens do tempo são ótimas.

O roteiro mescla humor, intensidade e leveza, uma mistura envolvente. Citando alguns dos temas abordados: catolicismo, homossexualidade, perda, amor, drogas, e as relações familiares que sempre dão ótimas histórias.
Compreender os desejos é o primeiro passo, não se pode querer que os outros te aceitem se ainda nem você mesmo se aceitou. Zac lutou contra o que sentia por medo do pai, por medo da vida, dos outros, e de si mesmo. O final do longa mostra a libertação, um novo começo. O pai não o aceitava, mas isso não quer dizer que não o amava, e é justamente o amor que transforma e renova tudo.

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