terça-feira, 19 de junho de 2012

Drive

Dirigido pelo dinamarquês Nicolas Winding Refn, este longa nos traz um personagem silencioso, solitário, que sempre está fuçando no motor de um carro ou dirigindo um. Trabalha na oficina de um mecânico e ex-dublê (Bryan Cranston), ligado a mafiosos em Los Angeles, às vezes serve de piloto de fuga para pequenos assaltos. Quando tenta ajudar o marido da vizinha (Carey Mulligan) a pagar uma dívida, claro que muito mais interessado na vizinha do que em ajudar o marido, se vê numa roubada de proporções gigantescas. Intitulado apenas como Driver, Ryan Gosling faz de maneira fria, porém cativante um homem que pode ser considerado herói. Dividindo seu tempo entre pilotar e trabalhar como mecânico na oficina onde vários negócios escusos acontecem, ele não se envolve no plano, não quer saber a carga e não carrega armas. Tudo o que ele precisa saber é o dia, hora e local, para onde vai e onde deve deixar o passageiro, também garante cinco minutos para quem o contrata.
A escolha do figurino e trilha sonora à la anos 80 dá um toque especial, Ryan Gosling encanta com seu personagem misterioso, contido e travado, no entanto, seus traços exibem delicadeza. Em vários momentos da trama é sedutor, a sua jaqueta com o escorpião dourado estampado nas costas lhe dá um ar durão, mas se mostra afetuoso e preocupado com Irene e seu filho. Depois que o plano em ajudar o marido de Irene vai por água abaixo, ele se envolve numa teia muito complexa, com pessoas perigosas e sujas, tudo isso para proteger Irene, mas será que ele fez tudo aquilo só por amor? Nada sabemos daquele personagem, e isso é o que mais chama a atenção, nos prende, nos fascina naquele personagem repleto de mistérios, e quando as coisas mudam de figura ele mostra o seu lado violento, com direito a tiroteios, cabeças esmagadas e muita velocidade.
Neste longa não foi preciso diálogos extensos, com poucas palavras, expressões faciais, olhares, e principalmente a postura com qual interpretou, Ryan Gosling mostrou que foi feito para o personagem. Em uma cena que está sentado no bar, vem um homem e o reconhece de algum trabalho que tenha feito pra ele, discretamente e de modo seguro, o piloto diz: "Cala sua boca ou enfio seus dentes pela sua garganta", essa é uma das performances que torna seu personagem memorável.

O filme é feito de imagens e elas são mais que suficientes. Um exemplo disso é que a inocência e a delicadeza de Irene é a única possibilidade de tirar o personagem de seu mundo particular, e ele se expressa de maneira muito forte quando olha e sorri para ela. Em vários momentos essas cenas são longas, e de fato muito minuciosas. A trama é simples, mas original, à medida que as coisas acontecem nos pegamos boquiabertos. Uma grata surpresa ter assistido a este longa brilhantemente interpretado por Ryan Gosling. É um filme moderno com estilo clássico!

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